segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Depois...
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Coragem
Uberlândia, quinta-feira, 19 de agosto de 2010 - 21:49
Ter coragem para saltar de um avião é fácil quando se está de pára-quedas.
Ter coragem para enfrentar leões é fácil quando se tem uma boa arma em punho.
Ter coragem para quebrar regras é fácil quando as regras te aprisionam.
Ter coragem para cruzar uma estrada escura é fácil quando se tem uma lanterna potente e algo que te oriente.
Ter coragem para lutar em uma guerra é fácil quando se tem um ideal, e sua crença lhe diz que sua honra e tudo aquilo o que você ama depende disso.
Difícil é ter coragem de caminhar sozinho, enfrentar a solidão.
Difícil é ter coragem de ouvir o coração quando a mente obriga todos os outros sentidos a negarem o que o coração sente.
Difícil é tomar uma decisão quando todos os caminhos parecem bons. Mais difícil ainda é decidir quando todos os caminhos parecem ruins.
Difícil é conquistar um objetivo quando todo mundo tenta te convencer que você não é capaz, que não é bom o suficiente para ter aquilo que deseja.
Difícil é ter coragem para dizer sim quando só se ouve não.
Difícil é ter coragem para fazer uma simples declaração de amor.
Quando podemos prever os resultados fica fácil ter coragem. Quando se tratam de incertezas é preciso fé. Fé
Não quero coragem para provar nada para ninguém, nem para mim mesma. Só quero coragem para as coisas que preciso. Só preciso de coragem para aquietar meu coração.
Ana Victória Pimentel.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Mais um poeminha...
De que me adianta ter milhões
Jóias caras e carrões
Pinturas raras e mansões
Se, embora possa exibir,
Não tenha com quem dividir?
Tudo aquilo que já foi dito:
Embora muitos já tenham escrito
Sobre o valor da amizade,
Vou reafirmar esta verdade.
Os sonhos ocultos,
O fardo é bruto e
A carga é pesada.
Sem amigos a vida é triste.
Sem ninguém pra dar palpite
A solidão insiste e
A vida vira um monte de nada.
Aos meus tantos e quantos
Que sorrindo ou em prantos,
Entoam comigo o canto
Da minha vida em diversos tons.
Ana Victória Pimentel.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Conto: Um possível fim
* Conto de minha autoria *
Parte I
São eles dois jovens, sem nenhum impedimento. Portadores de toda a liberdade que a juventude oferece. Ele é um garoto comum para a idade. É bonito, simpático e inteligente, com potencial para ser o que quiser ser na vida, mas insiste em ser só mais um garoto comum com seus vinte e poucos anos.
Ela sonha muito, e é insistente ( já que a maioria de seus planos são obstruídos por pessoas de pouca fé ). Se não fosse tão insistente, não teria feito nem a metade das coisas que já fez na vida. Ela é diferente, diferente até demais.
Vez em quando eles se encontram e se perdem um no outro.
Ele nutre por ela uma paixão incontrolável, uma coisa mais forte do que qualquer outro sentimento que já pôde sentir em toda a sua vida comum. Embora ele não admita isso para ninguém, nem para ele próprio (exceto nos momentos sozinhos, entre um cigarro e outro), seu esforço para esconder tal sentimento acaba por deixar bem claro para todo mundo o quanto ele é apaixonado pela moça.
Ela corresponde o sentimento com a mesma intensidade. Vez ou outra tenta demonstrar, mas o aparente descaso dele a desencoraja e por vezes a faz chorar. Ele sabe ser bem convincente quando quer.
E então eles ficam nessa perda de tempo, desperdiçando um sentimento com um potencial tão raro nos dias de hoje. Deviam ser presos por isso.
Parte II
Um dia, enquanto não fazia nada fumando seu cigarro, sua avó, figura doce com quem morava, o surpreendeu com uma carta sem remetente no envelope. Ficou surpreso porque nunca em toda a sua vida recebera uma única carta sequer. Abriu depressa o envelope, era uma carta impressa, redigida por ela o poupando de ver o sofrimento em sua caligrafia:
Meu caro,
Sinto muito mas já não posso mais pensar
Adoraria insistir mais neste nosso caso desencontrado, mas você nunca me deixa saber até que ponto você gosta dessa sua vida comum.
Não me incomoda saber que você me ignora (ou pelo menos finge muito bem) no seu universo, em meio aos seus amigos e à sua embriaguez. O que me incomoda é eu me ignorar toda vez que te encontro. O que me incomoda é fingir que você me considera toda vez que algum outro bom rapaz demonstra a intenção de ocupar o lugar que por hora é seu no meu coração.
Reconheço como são maravilhosos nossos momentos juntos, quando nós dois, sem precisar colocar em palavras, podemos experimentar sem culpa e sem medo o que sentimos um pelo outro. Reconheço o poder dos nossos abraços e a força dos nossos beijos sobre mim. Mas todo este encanto cai por terra quando você decide voltar para o seu mundo comum, se obrigando a ser a pessoa comum que você não é.
Desejo que você se desfaça de todo este impedimento e aceite meus beijos e abraços sem nunca mais ter que fugir. Mas como mais do que isso desejo que você seja feliz, espero que você se divirta do seu jeito comum e que isso te satisfaça e te faça alegre.
Agora vou fechar meus olhos e imaginar um último abraço caloroso, bem apertado como em uma despedida, e me lembrar brevemente do toque dos seus lábios nos meus pela última vez, porque eu não consigo mais pensar
Encerrando a carta, à mão ela assinou seu nome e fez uma última consideração em letras trêmulas:
Obs: Eu adoro você, teria sido ótimo descobrir se te amo.
Ele caiu em si, deixou de ser comum naquele instante e o mundo inteiro se tornou vazio. Abraçou o papel desesperadamente e fechou os olhos tentando se encontrar com ela naquele último abraço. Queria, mais do que qualquer outra coisa, fazer daquele o primeiro abraço de uma longe história.
Ela, apesar da carta, no fundo ainda tinha esperanças de que ele assim o fizesse.
sexta-feira, 5 de março de 2010
Produção Poética
Desejo é praga.
É um sentimento visceral.
Toma o coração, envolvendo-o como uma erva daninha.
É impulsivo, privado de qualquer sentido. É súbito, é carnal.
Hipnotiza, cega, domina.
Erva daninha, entranhada na raiz.
Se tento arrancar, arranco junto um pedaço do meu coração. Pode até ser que eu sobreviva, mas sempre haverá de faltar o pedaço arrancado.
E vai ficando cada vez pior, entranhado cada vez mais fundo.
Praga é assim, ou você mata ou ela te consome.
Me rendo: mato o desejo!
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
ATO XIX
Era uma manhã de verão quando uma família comemorou a chegada de uma menina. Era a segunda filha, segunda neta dos avós maternos, sétima neta dos avós paternos, segunda bisneta de seus bisavós maternos. Ela teve a sorte de nascer em uma família grande e unida. Todos ficaram muito felizes naquele dia, ela era esperada com muito amor.
Sempre teve a atenção de todos da sua grande família. Ouvia sempre que era uma criança doce e tranqüila, de alguns ouvia até que ela parecia viver em outro mundo devido à sua ternura, incomum para uma criança daquela idade. Mas não podia ser diferente, só o que ela conhecia era o amor, estava cercada de carinho e cuidado por todos os lados. Afeto era tudo o que ela recebia, portanto era tudo o que ela sabia oferecer.
A menina gostava de brincar em seu universo de fantasias. Sempre teve muita imaginação e bons amigos. Sua criatividade lhe instigava a criar personagens que ganhavam vida no guarda-roupa da mãe, e se apresentava em programas de auditório compostos por seus primos, seus quase irmãos. Junto com sua irmã, a menina já tinha sido princesa, cantora, bailarina, atriz, professora, médica, enfermeira, estilista, cozinheira, mãe de incontáveis bonecas... bastava uma das duas dizer o que queria fazer, e logo estavam se transformando em qualquer coisa. Elas tinham em casa o mundo inteiro, e quando precisavam de um espaço um pouco maior, a casa da avó estava sempre à disposição e sem nenhum limite, exceto quando se tratava das cadeiras do alpendre.
A garota cresceu cercada de tudo que existe de mais precioso na vida. Aprendeu a valorizar seus tesouros. Hoje ela sabe que aquela era a receita da perfeição pois não se lembra de um só momento de tristeza daquele tempo. Haviam alguns momentos em que ela sentia falta de alguma coisa que não sabia explicar o que era, e chorava olhando pro céu, como se tentasse achar respostas. Nem mesmos naqueles momentos ela se sentia triste, era só saudade.
À medida que foi crescendo, a menina começou a perceber que algumas coisas estavam mudando. Começou a ouvir sempre a palavra “problema”, e percebeu que era por causa daquilo que seus pais brigavam. Um dia, antes de dormir, quando seus pais foram lhe dar boa noite, ela perguntou a eles o que era problema. “Problema é uma coisa que você não tem.” – Garantiu sua mãe com um sorriso. Seu pai, que sempre gostou de explicar muito bem todas as coisas continuou:
_ Problema é coisa de gente grande, que vem quando existem responsabilidades. Você vai ter sempre o pai pra te ajudar quando você começar a ter os seus. Quando eu não servir, sua mãe vai estar sempre aqui. – aquietando o coração da menina. Eles a cobriram, deram um beijo de boa noite, e a menina adormeceu feliz por saber que não tinha com o que se preocupar.
Passou por mudanças difíceis.A menina ganhou uma cadelinha preta, a quem se apegou muito, pois era o único ser que não mudava seu comportamento. Todas as manhãs a cadelinha fazia festa para a menina, que adorava brincar com o filhote que perseguia uma tira de pano listado. A menina adorava a alegria da cadelinha, sentia todo o amor que brilhava nos olhinhos do bichinho e aquilo lhe aquecia a alma. As mudanças se tornaram ainda mais difíceis quando ela mudou de cidade. Na cidade nova não havia nenhum parente e ela não estava interessada em fazer amigos, ela já tinhas muitos de onde vinha, ela era feliz com os que tinha. Ela se sentia triste, pela primeira vez experimentava o gosto da solidão e sua cadela era a única com quem ela conversava que não a tentava fazer aceitar toda aquela dor. De certo modo, era a única quem compreendia os sentimentos da menina.
A menina cresceu. 10 anos se passaram, 18 desde o seu nascimento. Neste período, muitas coisas mudaram. Ela aprendeu a conservar seus valores, fez amigos maravilhosos que ela chama de tesouros, viu sua avó perder um de seus bens mais preciosos e entendeu que o limite da dor é algo que vai muito além de sua compreensão, conheceu anjos que a salvam quando ela pensa estar perdida, voltou a inventar histórias com sua irmã, procura seus pais quando surgem os problemas, encontrou duas peças do seu mundo, e ainda cria seus personagens, porém almejando uma platéia um tanto maior. A fase é um pouco complicada, é uma fase de mudanças definitivas. Todos os dias quando acorda e sua cadela vem fazer festa, a menina olha aqueles olhinhos e se pergunta com medo – O que vai mudar dessa vez? O que eu vou ter que reaprender?
É verão, às vésperas de seu 19º aniversário, a mulher que jamais deixará de ser menina é colocada em confronto com um de seus medos. Ver quem ama sofrendo é muito pior do que qualquer dor causada a ela. Afinal, não é porque as coisas estão mudando que elas precisam terminar, deixar de ser o que eram. Elas podem simplesmente se adaptar. Conversando sobre isso com um de seus tesouros, uma frase da amiga lhe chamou a atenção: “Quando eu estava fora, uma amiga de lá me disse que para ela, os 19 anos marcam uma transição. Por isso é uma época importante, que precisa ser aproveitada da melhor maneira possível.”.
No dia de seu aniversário, recebeu muito carinho de seus amigos e família, mas se privou de comemorações. Preferiu fazer um balanço de sua vida até a data
_ Ao nascer, somos uma folha
Ana Victória Pimentel Alves Rosa.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Pequeno relato sobre a simplicidade...
Todo sorriso sincero é luz.
Luz forte, capaz de iluminar qualquer escuridão por mais vasta e profunda que seja.
. Sol ri!
Uma das coisas boas do horário de verão é contemplar o sol por algum tempo a mais.
Às vezes corro tanto e me preocupo tanto com questões de convivência que me esqueço que posso parar o tempo para observar a simplicidade.
Gosto muito do modo como as coisas belas me encantam, e gosto mais ainda das coisas belas acontecerem todos dias, independente do que acontece no mundo, se tornando quase imperceptíveis a olho nu de tão rotineiras. O por do sol, um espetáculo absolutamente lindo e fascinante, acaba por se tornar um hábito do dia, irrelevante à nossa correria.
Hoje, o sentimento de paixão pela vida foi arrebatador. Me fez parar tudo e contemplar fascinada o sol se pondo na minha varanda, especialmente belo, como se tivesse se pondo da forma mais linda especialmente para mim. Por alguns minutos, sensivelmente mais longos pela intensidade do momento, tudo ficou alheio, fomos só o Sol, o Céu e eu.
Enquanto contemplava o espetáculo, senti meus olhos brilhando tanto quanto o sol. Um sentimento de gratidão avassalador brotou de dentro de mim, lavou meus olhos... lágrimas de emoção incontida, que tornaram o momento mais mágico: elas fragmentaram o brilho do rei em um arco íris, dentro dos meus olhos.
Vejo o sol se terminar por hoje enquanto escrevo... imagino como ele deve estar ansioso para ir contemplar as belezas do outro lado do planeta e anunciar a outros corações pulsantes um novo dia, um novo presente!
O sol está agora colorindo o céu e as nuvens de laranja, sorrindo pra mim e dizendo que não está indo embora, mas sim, me trazendo a lua de presente.
Ele está tranqüilo, assim como eu, certo de que não importa o que eu faça ou o que aconteça amanhã, logo cedo, ele estará aqui “sorrindo” no meu canto outra vez...