Existem tipos diferentes de saudade... Tem saudade que dói. Vem acompanhada de solidão, de vazio, daquela angústia por algo que se deseja muito e não está mais ao alcance, que ficou perdido, se quebrou ou se rompeu em algum momento da história. É causada por coisas bruscas, tristes, inesperadas. É quase uma desilusão...
Tem saudade feliz que eu chamo de lembrança. Pra mim é quando me lembro de coisas que foram inigualavelmente boas, que começaram e terminaram bem... são aquelas para as quais se atribui aquela frase: “Isso vai deixar saudade”. Sou capaz de passar horas viajando por essas lembranças e experimentando de novo as mesmas sensações. Essa saudade traz alegria, é gostosa de sentir. Vejo sempre essa saudade em roda de amigos antigos, quando contam casos e riem, revivendo cada momento. Arrisco dizer que é prazerosa.
E por último tem saudade que é falta. Quando escuto alguma música que me lembra alguém e me faz querer essa pessoa por perto. Ou quando sinto um cheiro que me lembra um lugar e me faz querer estar lá... Talvez um meio termo entre os outros dois tipos de saudade que sinto, essa “saudade - falta” não tenta me enlouquecer e também não me faz sorrir com leveza. É saudade de momento, é tristeza e só! Tristeza porque sofro com a falta do que sinto, mas que se resolve com um simples telefonema para alguém ou com um álbum de fotografias de um lugar.
Saudade está onde deixamos nosso coração.
Ana Victória Pimentel