quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Mais um pouco de saudade...


Trecho extraído do meu diário pessoal:


Patrocínio, terça-feira, 22 de setembro de 2009 01:36

(...)

...me vieram à tona alguns pensamentos, algumas breves considerações que eu preciso exteriorizar e registrar.
Existem tipos diferentes de saudade... Tem saudade que dói. Vem acompanhada de solidão, de vazio, daquela angústia por algo que se deseja muito e não está mais ao alcance, que ficou perdido, se quebrou ou se rompeu em algum momento da história. É causada por coisas bruscas, tristes, inesperadas. É quase uma desilusão...
Tem saudade feliz que eu chamo de lembrança. Pra mim é quando me lembro de coisas que foram inigualavelmente boas, que começaram e terminaram bem... são aquelas para as quais se atribui aquela frase: “Isso vai deixar saudade”. Sou capaz de passar horas viajando por essas lembranças e experimentando de novo as mesmas sensações. Essa saudade traz alegria, é gostosa de sentir. Vejo sempre essa saudade em roda de amigos antigos, quando contam casos e riem, revivendo cada momento. Arrisco dizer que é prazerosa.
E por último tem saudade que é falta. Quando escuto alguma música que me lembra alguém e me faz querer essa pessoa por perto. Ou quando sinto um cheiro que me lembra um lugar e me faz querer estar lá... Talvez um meio termo entre os outros dois tipos de saudade que sinto, essa “saudade - falta” não tenta me enlouquecer e também não me faz sorrir com leveza. É saudade de momento, é tristeza e só! Tristeza porque sofro com a falta do que sinto, mas que se resolve com um simples telefonema para alguém ou com um álbum de fotografias de um lugar.
(...)


Saudade está onde deixamos nosso coração.


Ana Victória Pimentel


Obs: Um agradecimento especial pro meu primo íntimo, irmão postiço, companheiro de misto e de desabafo na ladeira, Tiago Pimentel. Obrigada pelos conselhos e pela melhor conversa dos últimos tempos. Cada palavra foi importante... elas soaram profundo e acalmaram minha alma. Te desejo de todo coração, com todo meu carinho, toda boa sorte do mundo, em tudo! Muito obrigada! Eu amo você!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Mais uma reflexão...


Gosto muito de metáforas! Acho que a metáfora é uma forma fácil e poética de compreensão das coisas, às vezes bem complexas.
Semana passada, em uma noite dessas, estava esperando o sono chegar e pensando na vida e nas pessoas e me lembrei da "metáfora da cebola". É uma historinha interessante, simples como toda boa metáfora deve ser. Resumidamente:

As cebolas possuem camadas. Elas não são simplesmente "cebolas", mas a união de cada uma das suas camadas. Uma camada sozinha não é cebola...precisa de cada uma de suas partes para ser o que é. Existem camadas mais grossas, que garantem a qualidade da estrutura, e outras mais finas que, não menos importantes, apuram o sabor da cebola. Todas as camadas envolvem um vácuo, que é a essência da cebola... um espaço vago para formação de mais e mais camadas, de dentro para fora.
Nós também possuímos camadas. Assim como a cebola, a nossa essência nos indica o que amamos e, então, fazemos com que aquilo se torne parte de nós. Nos cercamos daquilo que amamos, e somos acolhidos e protegidos pelas camadas que criamos, de dentro para fora.

Comecei a me lembrar das minhas camadas, das coisas que reforçam a minha estrutura e me acolhem quando preciso. Minha família, meus amigos, pessoas que passaram pela minha vida e deixaram aqui suas marcas, as lições que aprendi, os momentos que eternizei na memória... tudo isso me apóia, me incentiva e me permite descobrir e criar mais camadas.
Quando sinto saudade, é só passear procurar em mim que encontro cada um desses "pedaços".
Passeando pela saudade, encontro marcas de algumas partes que foram cortadas...
Pedaços que começaram a se formar mas que não quiseram ficar, que pereceram e precisaram ser cortados.Lágrimas são inevitáveis quando se corta uma cebola!
Também encontro pedaços saborosos que me arrancam sorrisos e suspiros. Ingredientes fundamentais de deliciosas receitas, incomparáveis!
É naquilo que me cerca que busco forças para as escolhas e desafios que me aguardam. Sou muito grata ao que me sustenta. Benção divina!
Confesso que estou um pouco perdida e um pouco confusa, e que às vezes fica difícil ser otimista, mas aí me lembro que sou camada da vida e que tenho minha parte a cuprir. Seguir em frente não é só uma necessidade, mas também um dever.
Seja lá qual for a próxima camada, será bem vinda!

Obs: essa metaforazinha eu ouvi de um amigo, que embora esteja um pouco distante (em todos os sentidos) é muito querido!! Qualquer dia desses a gente toma suco de uva com uva dentro e atualiza as histórias... Abraço forte e saudoso! Esteja feliz =)