domingo, 13 de setembro de 2009

a TODOS os meus amigos


Estive pensando no modo como as pessoas entram e saem da minha vida...
Algumas aparecem e em questão de pouco tempo conquistam um grande espaço na minha vida, outras gastam anos e anos de convivência e deixam poucas marcas, pra não dizer nenhuma. A viagem do feriado me fez pensar sobre isso, no valor que as pessoas tem na minha vida e em como existem diferentes formas de afinidade. É curioso sentir saudade de pessoas quase desconhecidas só porque compartilhamos bons e curtos momentos juntos...
Me fez pensar também nas minhas relações de amizades de longa data, definitivamente não há nada melhor na vida do que ter amigos!
Tem uma frase, atribuída ao meu grande ídolo Vinícius de Moraes, que conclui essa minha reflexão: " ... A gente não faz amigos, reconhece-os."
É mais ou menos por aí!

"Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devotoe a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências ...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabemque estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários,de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí,e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.Se todos eles morrerem, eu desabo!Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos,cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,compartilhando daquele prazer ...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado,morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente, os que só desconfiam - ou talvez nunca vão saber -que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os."

Vinícius de Moraes

Um abraço apertado a todos os meus queridos amigos!